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Os clientes fiéis seguem uma linha de raciocínio linear. Eles reclamam quando têm uma experiência ruim e acreditam que a queixa resultará na resolução do problema. Ao mesmo tempo, incentivará a marca/empresa de sua preferência a melhorar os serviços.
Já os "infiéis" (ou ocasionais), segundo Kotler, em 95% dos casos não registram as insatisfações, mas, em compensação, deixam de adquirir o produto/serviço e, pior, ainda falam mal da empresa. Para o autor e consultor norte-americano Terry Vavra, um cliente insatisfeito costuma contaminar outros 13, enquanto um satisfeito influencia apenas cinco.
É muito comum acharmos que clientes satisfeitos são fiéis e, desta forma, nos enganamos, pois todos esperam que uma relação comercial seja concluída de modo satisfatório. O contentamento do consumidor é medido por meio da relação entre o que ele recebeu, ou percebeu, e o que esperava receber (ou ver), por isso é preciso empenho máximo para sempre surpreender.
As expectativas dos clientes mudam e aumentam com o passar do tempo e a tendência é que eles não mais se satisfaçam se a empresa não conseguir agregar valor, acampanhando seus anseios e necessidades. A satisfação, por exemplo, pode ser obtida em uma única transação ou evento, mas a fidelidade de um cliente só é conquistada em prazos mais longos. Nada garante que um comprador satisfeito não aceitará a oferta da concorrência. Já o chamado "cliente fiel" certamente pensará muitas vezes antes de aceitar.
Por isso, aí vai uma sugestão: assim como somos leais, companheiros e carinhosos com os que fazem parte do nosso círculo afetivo (família e amigos), por que não agir da mesma forma com os clientes (que esperamos, sejam leais)?
Fidelidade não se compra, se conquista com o tempo, por meio de uma relação mútua de confiança, respeito e atenção, sempre tendo em mente que a fidelidade não é eterna e, sim, um processo contínuo de conquista.
Não existe uma receita exata para transformar "satisfeitos" em "fiéis". O primeiro passo é atender bem a todos e passar a buscar uma aproximação com os "apenas satisfeitos" (uma vez que o cliente fiel já é alguém próximo a você). Deve-se aprender tudo sobre esse novo consumidor, conhecer suas expectativas, hábitos e frustações de compra e, com essas informações, estreitar o relacionamento, eliminando possíveis barreiras de confiança e minando cada vez mais as chances dele migrar para a concorrência, uma vez que qualquer mudança significaria para o cliente começar do "zero".
Fonte: Revista do Lojista de Calçados
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